Um pouco da minha carreira teatral acadêmica

Tudo começou quando fui chamada para fazer parte da equipe de figurino da Ópera O Pagador de Promessas, um projeto do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. O figurino era assinado por uma colega mais adiantada, Luciana Craveiro e tinha como professor responsável, Ronald Teixeira.
Na época eu estava no 4º período, ainda sem saber direito o que era tudo aquilo, então foi ótimo, porque pude ver logo no início da minha faculdade como era trabalhar com teatro, com figurino.
Claro que lá foi o início de diversas parcerias também, quem tinha vontade e realmente gostou da experiência, seguiu em frente em outros projetos. Como aconteceu comigo em diversas outras montagens que estive em parceria com colegas que também começaram alí.
O Colecionador veio logo em seguida, foi uma peça simples, mas que marcou pela vontade que tínhamos de torná-la uma mega produção da Mostra de Direção 5 na Eco ( Escola de Comunicação da UFRJ). Aí, também tive o apoio do Professor Ronald Teixeira, que nos orientou em figurino e cenário. A peça era dirigida pela minha, hoje amiga, Kelly Coli. Uma mineira cheia de garra. A peça foi ótima, tivemos alguns probleminhas de principiante, mas nada que o público pudesse perceber ou se incomodar. Experiência é tudo!

Em 2006, fui convidada para refazer um figurino, era então A Confraria das Portas Amarelas, uma peça escrita por um estudante de Direção Teatral, Felipe Barenco, e dirigida por Fernanda Areias.

Apresentamos no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e depois no Teatro Gacemss em Volta redonda, no interior do Rio de Janeiro. Era um clima ótimo que contava com pessoas muito divertidas, mas como tudo que é bom dura pouco, e as dificuldades finaceiras acabam com diversos grupos de teatro, fomos mais um desses.
Foi nessa peça que eu senti que sim, eu estava no caminho certo, eu tinha mesmo que ser figurinista. Descobri o quanto gostava de tudo que envolvia o trabalho do figurinista, "meter a mão na massa", como se costuma dizer. A criatividade estava alí! Nessa época eu também já tinha tido a oportunidade de ser aluna de Beth Filipecki e de levar uns puxões de orelha super necessários. É, porque se não fosse ela, eu não teria coragem de colocar pra fora minhas idéias, eu estaria apenas sendo acadêmica até hoje... Importante ser você, colocar personalidade no que faz e não apenas reproduzir figurinos ou reproduzir história.



Mergulhei no carnaval em 2007. Peguei minha pastinha de fotos e fui atrás de um estágio na Unidos da Tijuca, consegui marcar com um dos carnavalescos e fiquei lá três meses ajudando numa ala... vamos combinar que não era bem o tipo de estágio que eu estava interessada, porque na verdade, colar aljofres eu já sabia!
Mas foi uma boa experência. Aprendi a conviver com vários tipos de pessoas, fiz amizades engraçadas na época e tal. Deixei várias frescuras de lado... Me apaixonei pela Unidos da Tijuca, as idéias modernas de enredo deles. Eu lembro que fui atrás do Paulo Barros, mas aí ele já tinha ido pra Viradouro e eu fiquei estagiando com o Lane Santana que é uma graça também.
No carnaval de 2008, minha professora e amiga Ivete Dibo me chamou pra ajudar na maquiagem da Império Serrano, lá na concentração... gente, carnaval do Rio eu nem gosto muito...mas clima de concentração é muito bom, a adrenalina toda e depois a escola linda na avenida. Bom demais!




O importante aqui é dizer o quanto é importante pra quem está começando, fazer contatos, não só com pessoas, mas um contato direto com aquilo que você escolheu pra trabalhar boa parte da sua vida. É! Tem que testar, tem que começar de algum jeito. Bater nas portas, ver se é o momento certo pra aceitar certo tipo de trabalho... enfim, tem que saber o que está fazendo pra poder acreditar!



Museu Nacional/UFRJ - 200 Anos da Chegada da Corte de D. João VI ao Rio de Janeiro (junho/2008)




Projeto final de conclusão do Curso de Artes Cênicas/ Indumentária, em parceria com a formanda em Artes Cênicas/ Direção Teatral (UFRJ), Kelly Coli

Texto: "A Visita da Velha Senhora"




Comentários