
Lea T, a transexual que aguçou a curiosidade na última edição do São Paulo Fashion Week, onde desfilou para o estilista Alexandre Herchcovitch. Contou à revista Marie Claire um pouco da sua história, e revelou particularidades sobre a sua personalidade e do mundo de um transexual.
Marie Claire- Onde Leandro nasceu?
Lea T- Nasci em Belo Horizonte, Brasil, há 28 anos.
MC- Você fala várias línguas, inclusive tem fluência no italiano. Foi para a Itália quando era menina?
Lea T- Sim, eu tinha 1 ano. Mas era um menino. [risos]
MC- Certo... É difícil lembrar disso, olhando para você. E onde cresceu?
Lea T- Fiz os estudos em Gênova e depois o liceu artístico em Florença. Só durante alguns anos. Depois fui viajar: Ibiza, Tóquio, Nova York. Trabalhava um pouco como modelo. Era bonito, com uma grande cabeleira afro, no estilo Michael Jackson no tempo do Jackson Five. Não que eu fizesse grande sucesso como modelo. Ao contrário, geralmente, quando entrava para o casting masculino, sempre vinha alguém me dizer: “As garotas devem ir para o outro quarto”. Eu ficava vermelha, ou melhor, vermelho de vergonha. Durante algum tempo ainda pensei que estudaria veterinária: curar os animais era meu sonho de infância. Um dia, em Milão, uma amiga maquiadora me mostrou os vestidos desenhados por um rapaz que havia saído da St. Martin’s School, a famosa escola de moda de Londres. Era Riccardo Tisci. Conhecemo-nos e comecei a trabalhar para ele, fazendo fitting (provas de roupa no showroom) e me apaixonei pela moda. Também trabalhei com a estilista americana Patti Wilson. E depois Riccardo me convidou para posar para a campanha.
MC- E você, como se sentia?
Lea T- Eu me sentia dividida. Minha primeira paixão foi por uma menina. Depois por um rapaz, que me correspondia. Mas não posso dizer que tivesse uma sexualidade definida, uma direção exata do desejo. Quando descobri o trans, me aproximei com curiosidade, mas depois recuei e dizia a mim mesma: “Eu não sou assim”.
MC- Como?
Lea T- Uma pessoa que sempre se sentiu feminina. Culturalmente, esteticamente, o meu mundo de referência é o das mulheres. Mas nem por isso jamais perdi a cabeça por um homem.
Leia a entrevista completa:
"Serei uma exceção”, diz Lea T, jovem que é o novo rosto da campanha da Givenchy. Conheça a história de um rapaz que sempre se sentiu feminino
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